Em 2006 o Brasil possuía uma área plantada com cajueiros de 710.404 hectares. Atualmente, segundo dados do IBGE divulgados no último dia 11/2, esta área é de 433 401 hectares, o que representa uma redução de 39% num período de 14 anos. A produção de castanha, por sua vez, que em 2006 era de 243.770 toneladas caiu praticamente pela metade (125 291 t) no mesmo período.
Análises realizadas pelo Banco do Nordeste/Etene, em dois estudos setoriais, mostram que com o advento da seca, juntamente com a ocorrência de pragas e doenças (mosca branca, antracnose e oídio) a partir de 2012, ocorreu um elevado índice de mortalidade de cajueiros, especialmente do tipo comum, nos estados do Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte.
Somente entre 2011 e 2016 verificou-se uma redução de área cultivada com cajueiro no Nordeste de mais de 176 mil hectares. Em muitas regiões os produtores cortaram os cajueiros mortos (ou não) e comercializaram a madeira. Muitos ainda devem se lembrar que caminhões carregados com lenha de cajueiro era uma cena bastante comum nesse período nas estradas do Nordeste.
Olhando esses números fica muito claro que ainda não fizemos o dever de casa. E qual o dever? Implementar um plano de renovação dos pomares de cajueiro da região para, pelo menos, dobrarmos a área plantada com esta cultura. Este é um passo básico, elementar, e que deveria constar obrigatoriamente de qualquer plano de governo voltado ao agro regional. Se fizermos esta lição, com certeza daremos a virada de mesa, de modo a tornar visível a cajucultura aos olhos do agronegócio nacional.
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