Continuamos hoje com a segunda parte da entrevista de Pierre Ricau, concedida à CommodAfrica sobre cenários possíveis para o agronegócio caju, especialmente na África.
A baixa de preços trará impactos positivos para os processadores africanos?
Sim, especailmente para aqueles que têm meios de se autofinanciar. Globalmente, a capacidade total de processamento foi aumentada na África Ocidental durante esta safra. Em Burkina Faso, por exemplo, as 4 grandes indústrias, foram abastecidas como há muito tempo não acontecia. Isto deve provocar um efeito cascata no sentido de aumentar a capacidade. Em Benin e Gana, as novas fábricas também operam em plena capacidade. Hoje, na Costa do Marfim, espera-se chegar entre 60-70 mil toneladas de castanha processada contra 45 mil e 50 mil toneladas nos últimos anos. E novas plantas de processamento estarão operando já na próxima safra.
Uma indústria de processamento que cresce na África Ocidental através de políticas favoráveis - como subsídios para a exportação de produtos processados - e uma queda nos preços da castanha. A priori, para a próxima safra deveremos continuar com excesso na oferta de matéria prima e, portanto, isto deve ser positivo para a processamento. Dezenas de milhares de empregos foram criados este ano e serão no próximo ano toda a África Ocidental pelas indústrias de processamento. No médio prazo, isso também será benéfico para os produtores, pois o processamento local tem um efeito estabilizador no mercado, possibilitando livrar-se de uma longa cadeia de comercialização e estabelecendo certificações orgânicas ou de comércio justo, por exemplo.
Pode-se dizer que esta foi uma safra bastante positiva para a África, embora os preços tenham caído e alguns produtores, especialmente da Costa do Marfim, ainda detêm grandes estoques?
No geral, bastante positiva. Este é um reequilíbrio da indústria em nível mundial. Claro que para os produtores, foi uma decepção, porque eles achavam que os preços estavam caminhando para chegar a FCFA 1000 (R$ 7,30). Mas em termos de desenvolvimento sustentável era importante que os preços declinassem.
Vários países - por exemplo, Guiné ou Gana - estão dispostos a desenvolver o agronegócio caju. Em relação às necessidades mundiais, a África ainda pode impulsionar sua produção?
Sim, com certeza. Esses novos programas são mais políticas e organizações internacionais que alcançam um fenômeno em andamento, porque os produtores vêm fazendo isso há algum tempo. Mas sim, há espaço para que seja um produto do futuro, de alta qualidade organoléptica e dietética com o desenvolvimento de novos usos, especialmente na dieta vegetariana e dietética. O único problema que pode surgir é que a produção aumenta mais rapidamente que o consumo.
Na África Ocidental, há uma enorme dinâmica de plantação, portanto, podemos esperar que a produção aumente rapidamente e a preços mais baixos do que nos últimos anos. Em 2010, os preços variaram entre o CFAF 150 e o CFAF 200 por quilograma. Eu não acho que vamos cair novamente tão baixo de forma sustentável.
(Amanhã publicaremos a última parte da entrevista com Pierre Ricau)
A baixa de preços trará impactos positivos para os processadores africanos?
Sim, especailmente para aqueles que têm meios de se autofinanciar. Globalmente, a capacidade total de processamento foi aumentada na África Ocidental durante esta safra. Em Burkina Faso, por exemplo, as 4 grandes indústrias, foram abastecidas como há muito tempo não acontecia. Isto deve provocar um efeito cascata no sentido de aumentar a capacidade. Em Benin e Gana, as novas fábricas também operam em plena capacidade. Hoje, na Costa do Marfim, espera-se chegar entre 60-70 mil toneladas de castanha processada contra 45 mil e 50 mil toneladas nos últimos anos. E novas plantas de processamento estarão operando já na próxima safra.
“Por meio do processamento da castanha, dezenas de milhares de empregos foram criados este ano e serão também no próximo ano em toda a África Ocidental”
Pode-se dizer que esta foi uma safra bastante positiva para a África, embora os preços tenham caído e alguns produtores, especialmente da Costa do Marfim, ainda detêm grandes estoques?
No geral, bastante positiva. Este é um reequilíbrio da indústria em nível mundial. Claro que para os produtores, foi uma decepção, porque eles achavam que os preços estavam caminhando para chegar a FCFA 1000 (R$ 7,30). Mas em termos de desenvolvimento sustentável era importante que os preços declinassem.
Vários países - por exemplo, Guiné ou Gana - estão dispostos a desenvolver o agronegócio caju. Em relação às necessidades mundiais, a África ainda pode impulsionar sua produção?
Sim, com certeza. Esses novos programas são mais políticas e organizações internacionais que alcançam um fenômeno em andamento, porque os produtores vêm fazendo isso há algum tempo. Mas sim, há espaço para que seja um produto do futuro, de alta qualidade organoléptica e dietética com o desenvolvimento de novos usos, especialmente na dieta vegetariana e dietética. O único problema que pode surgir é que a produção aumenta mais rapidamente que o consumo.
"Nos próximos anos, podemos esperar pelo caju a preços entre FCFA 300 e FCFA 600 por quilo"
Na África Ocidental, há uma enorme dinâmica de plantação, portanto, podemos esperar que a produção aumente rapidamente e a preços mais baixos do que nos últimos anos. Em 2010, os preços variaram entre o CFAF 150 e o CFAF 200 por quilograma. Eu não acho que vamos cair novamente tão baixo de forma sustentável.
(Amanhã publicaremos a última parte da entrevista com Pierre Ricau)
Comentários