Cajucultura do RN adotará novo modelo de cooperativismo

A cajucultura do RN ocupa o segundo lugar na pauta de exportação do Estado, com cerca de 56 milhões de dólares negociados. Experiências exitosas de cooperativismo desenvolvidas por agricultores familiares do estado de Santa Catarina podem servir de exemplo para produtores potiguares obterem melhores resultados na produção e comercialização da castanha de caju. O novo modelo foi apresentado pela Cooperativa Central Sabor Colonial, do município de Concórdia (SC), no Encontro do Comitê Gestor da Cajucultura, promovido pelo Sebrae-RN. A ideia é fortalecer o segmento por meio da unificação das cooperativas existentes no Estado.
O presidente da Cooperativa Central, Jair Niero, explica como a unificação das cooperativas promoveu o crescimento dos negócios de agricultores familiares do pequeno município catarinense, atacando diretamente os problemas comuns à categoria de produtores. “Chegamos à conclusão de que poderíamos enfrentar os problemas e desafios mais fortemente quando nos unimos. Com os desafios vencidos, nossa produção cresceu e, agora, fornecemos nossos produtos para todo o Estado, inclusive em regiões aonde não chegávamos”, afirma.
 De acordo com o gerente da Unidade de Agronegócio do Sebrae-RN, José Ronil, a adesão potiguar ao modelo praticado pelos produtores catarinenses deve beneficiar diretamente os projetos de minifábricas de beneficiamento de castanha. Segundo o gerente, o setor tende a obter resultados positivos ao promover melhorias no acesso à comercialização, logística e utilização de políticas públicas, apontados como alguns dos principais problemas que afetam os agricultores familiares locais.
“Esta experiência vivenciada em Santa Catarina, se aplicada junto aos produtores de castanha do RN trará mudanças significativas para o setor. Os problemas enfrentados por eles serão atacados e a cajucultura fortalecida”, observou. Além do aumento na produção, a unificação em torno de uma cooperativa central incentiva a diversificação dos produtos comercializados para atingir maior fatia no mercado. No caso da cajucultura significa que poderá ser mais bem aproveitado, por exemplo, o pedúnculo do caju na fabricação de sucos.
Números atuais apontam que apenas 15% do pedúnculo do caju são aproveitados de uma produção correspondente a 340 quilos por hectare ao ano no Estado. No total, o RN destina 120 mil hectares ao plantio de cajueiros, conta com 10 minifábricas de beneficiamento de castanha e duas centrais de comercialização do produto. As estruturas foram instaladas no Estado por meio da parceria firmada entre o Sebrae-RN e a Fundação Banco do Brasil, que beneficiam diretamente centenas de agricultores familiares de várias regiões produtoras.
Fonte: Jornal de Hoje em 21/06/2012

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