A estiagem que atinge o Nordeste está prejudicando a florada dos cajueiros no Rio Grande do Norte, o que deve causar queda na produção de castanha.
Sem chuvas regulares nos quatro primeiros meses de 2012, os 100 hectares de cajueiro do produtor Francisco Rufino Filho não irão florescer e a safra de castanha deste ano já está comprometida.
O município de Apodi é um dos maiores produtores de castanha de caju do Ri Grande do Norte e um dos que mais sofrem com a seca. Segundo o engenheiro agrônomo Antônio Tertuliano Oliveira, este ano choveu uma média de 200 milímetros na região, o que é muito pouco para o desenvolvimento das amêndoas. “Requer em torno de 600 a 1,2 mil milímetros para que haja uma produtividade satisfatória para o cajueiro”, diz.
A safra de castanha de 2012, que começa em setembro, deve ficar em torno das 10 mil toneladas no Rio Grande do Norte, segundo a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do estado. Houve redução de 50% em relação às safras de 2010 e 2011.
A diminuição na produção deve afetar as pequenas usinas de beneficiamento de castanha no Rio Grande do Norte. Sem amêndoas e sem estoque suficiente, a expectativa é que muitas não consigam mais operar e fechem as portas. As grandes usinas devem importar castanha para manter a atividade em funcionamento.
A usina de beneficiamento de Mossoró importou da África seis mil toneladas de castanha no ano passado. Em 2012, a previsão é dobrar esse número. O empresário diz que o setor está muito instável. “O salário tem subido nessa variação cambial. Eu tenho 33 anos com castanha e estou vendo que está ficando difícil a nossa indústria”, avalia o empresário Francisco Assis Neto. (G1)
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