O preço médio da castanha de caju recebido pelo produtor no Ceará, no período de 1990 a 1994 correspondia a 98% do preço médio mundial que era de US$ 810 a tonelada. No intervalo de 2005 a 2008 caiu para apenas 68%. A afirmação é do engenheiro agrônomo e especialista em política setorial, Yoshio Namekata. Para ele, o produtor está condenado ao esgotamento de suas finanças e "à indiferença da indústria."
Para ele, "a questão central é o baixo preço recebido pelo produtor como consequência da sua desorganização e incapacidade de negociar com meia dúzia de empresários fortemente organizados, cartelizados e com poder de ditar os preços." Entre as medidas apontadas para solução do problema cita a abertura do mercado para exportação da castanha, entrada de novos concorrentes internacionais e a aplicação de subsídios à exportaçãol.
O estudioso acrescenta que "no campo, a descapitalização torna-se evidente por causa do baixo preço recebido pelo pequeno produtor rural, abaixo do custo de produção. Avalia que o empobrecimento resultou na incapacidade de realizar novos investimentos e o plantio de novas áreas de cajueiros.
Mesmo com todas as dificuldades o especialista não acha que a cajucultura possa desaparecer dentro de dez anos. "O cajueiro produz continuamente durante mais de 30 anos e a meia dúzia de empresas beneficiadoras continua ampliando seus plantios e melhorando a produtividade", observa.
Na opinião dele, o grande problema é social."A tendência é o desaparecimento de 60 mil pequenos e médios produtores que são mais eficientes na produção agrícola, mas que vão sumir por não suportar o preço abaixo do custo de produção."
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