No contexto globalizado em que vivemos, não dá para se pensar na exploração de qualquer atividade econômica sem considerar os humores do mercado, especialmente o internacional. A velha lei da oferta e da procura continua mais atual do que nunca. Na agricultura não é diferente. A máxima de "quem não tem competência não se estabelece" também é perfeitamente aplicável. Já se foi o tempo em que algumas atividades econômicas eram mantidas simplesmente pela tradição, paixão ou até mesmo pelo orgulho de quem as explorava, mesmo que sem retorno econômico.
Essas premissas também se aplicam à cajucultura? Claro que sim. Talvez não com a emoção com a qual alguns videntes têm previsto de forma categórica o fim da cajucultura cearense no prazo máximo de oito anos. Claro que essas afirmativas são oriundas do senso comum e sem nenhum rigor científico que mereça atenção. Pelo menos quanto ao prazo. E porque não 10 anos?
Videntes a parte, o ponto-chave da questão é a de que não dá mais para pensar numa cajucultura moderna e competitiva, com pomares com mais de 40 anos de idade, verdadeiros focos de pragas e doenças e exemplos vivos de como não se deve fazer. Subsídios (receitas) apontando saídas para o setor, existem para todos os gostos. Precisam apenas ser implementados via políticas específicas. Caso contrário, é deixar a poesia de lado e, para o bem de todos, partir para uma nova exploração econômica que substitua com mais vantagens a nossa debilitada cajucultura. O plano B é esperar que a previsão dos videntes se concretize.
Comentários