Em Apodi, no Rio Grande do Norte, um projeto tem feito diferença no cotidiano dos moradores. Trata-se do Midep (Modelo de Inclusão Digital para Empreendimentos Produtivos). A idéia é proporcionar a inclusão digital aos pequenos produtores, facilitando a organização da gestão a partir do cooperativismo. Com isso oferecer oportunidades aos jovens, filhos dos produtores, como uma forma de incentivar a fixação deles no campo e a continuidade do empreendimento e incentivar o registro da organização produtiva através das mídias digitais.
Entre as cinco entidades escolhidas pela Fundação Banco do Brasil para participar do projeto está a Associação de Mini-Produtores de Sítios Reunidos de Córrego – (AMPC) do Sítio Córrego, em Apodi, que já desenvolvia desde 2005 a cajucultura de forma artesanal, usando como matéria-prima um típico ingrediente utilizado na culinária nordestina: a castanha de caju.
A Associação, que conta com 160 sócios, foi fundada com o propósito de organizar a classe dos trabalhadores rurais da região e trazer melhorias para o homem do campo, desenvolvendo trabalhos coletivos e ampliando a renda dos agricultores.
Com isso, a castanha é beneficiada por agricultores da Associação e comercializada pela Cooperativa Potiguar de Apicultura e Desenvolvimento Rural Sustentável (COOPAPI), onde é composta também por agricultores familiares.
O Espaço Administrativo do Projeto MIDEP serve como apoio na gestão do empreendimento na unidade de beneficiamento da AMPC. Para a execução do trabalho são usadas planilhas com informações sobre entrada de produtos in natura (amêndoa de castanha) no estoque, quantidade beneficiada e quantidade disponível para ser comercializada pela COOPAPI. A maioria dos sócios da AMPC também são cooperados.
Essa troca de informações entre a COOPAPI, AMPC e Estação Digital funciona com o compartilhamento de arquivos online através de um programa chamado Dropbox que é livre e pode-se fazer seu download através da internet.
Nesses empreendimentos também existe uma planilha de agenda onde são cadastradas as atividades planejadas e desempenhadas pelas equipes de trabalho.
O coordenador do projeto na região, Caubi Torres, explica que o modelo busca incluir digitalmente e socialmente as pessoas da comunidade local e circunvizinhas. O projeto funciona em três espaços: a Estação Digital, o Espaço Multiuso e o Espaço Administrativo. O projeto visa atender a população de mais de mil habitantes. A comunidade dispõe de uma área plantada de cerca de 1.200 hectares de cajueiro, gerando uma produção anual de 360 toneladas de castanha e uma produtividade média de 300 quilos por hectare.
Apesar de cultivar um produto sazonal, a AMPC funciona durante todo o ano através da marca Terrafirme, colocando no mercado a amêndoa de castanha de caju, frita, caramelizada, desidratada; a farinha de castanha e o fubá, nos tamanhos e embalagens mais variadas, para o público em geral, ou por meio de parcerias, a exemplo do PAA – Programa de Aquisição de Alimentos da CONAB.
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