O professor Francisco Cardoso Figueiredo, do Colégio Agrícola de Teresina da Universidade Federal do Piauí acaba de descobrir uma nova utilidade para o caju, mais precisamente para o líquido que é extraído durante o processo de beneficiamento da castanha de caju. O professor está utilizando o LCC (líquido da castanha de caju) na produção de anti-oxidantes para biodiesel.
Na sua dissertação de mestrado, intitulada "Um anti-oxidante para biodiesel à base de LCC (líquido da castanha de caju)", defendida em agosto do ano passado na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Francisco Cardoso encontra uma nova utilidade para o LCC, que segundo o pesquisador servia apenas facilitar a queima de caldeiras nas indústrias. "O anti-oxidante desenvolvido na pesquisa é natural e sairá por um preço final muito baixo, por conta da própria utilidade do LCC, que é utilizado atualmente, somente para queimar caldeira. Além disso o preço do litro de LCC é muito baixo, cerca de R$ 1,00, o que barateia ainda mais o anti-oxidante", esclarece.
Segundo o professor, após a defesa da sua dissertação ele continuou trabalhando nesse projeto e até agora já foram sintetizados cinco anti-oxidantes à base do LCC. "O LCC é o principal componente do anti-oxidante, ele é utilizado diretamente, sem nenhum processamento, apenas a filtragem. Já sintetizamos cinco anti-oxidantes apenas mudando os aditivos, para aumentar a qualidade do produto, mas todos são à base de LCC", informa.
O professor explica que, a Agência Nacional de Petróleo tem suas normas para o biodiesel. "São 29 especificações. Trabalhei apenas com a estabilidade oxidativa, que é regulada pela norma Européia (EN-14112). Essa norma diz que para o biodiesel ter qualidade ele deve ter um tempo de indução de seis horas", expluca. O tempo de indução é o tempo que o biodiesel leva para oxidar dentro do Rancimat, o que foi plenamente atingido pelos anti-oxidantes à base de LCC, além disso os anti-oxidantes desenvolvidos pelo professor podem ser utilizados em qualquer biodiesel.
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