Com duas unidades de produção de índigo na região metropolitana do Ceará, a Vicunha Têxtil encontrou na vegetação local fonte abundante de energia alternativa para o aquecimento de suas caldeiras. Como o Ceará é o maior produtor nacional de castanha de caju, as cascas da amêndoa, comumente descartadas pelas empresas beneficiadoras, são enviadas diretamente à empresa para serem transformadas em energia térmica na produção de vapor. Por mês, são utilizadas em média 2,3 mil toneladas do resíduo nas duas fábricas, uma economia de, no mínimo, 50% em relação ao combustível fóssil antigamente utilizado nesse processo.
O combustível orgânico já é utilizado nas fábricas há 10 anos e tem alcançado níveis positivos, não só econômicos, mas também ambientais. Primeiramente, ao absorver as cascas de castanhas para reaproveitamento energético, a empresa evita que todo esse resíduo seja descartado em aterros, com uso de todo o potencial da biomassa. Outro benefício é a qualidade do ar emitido das caldeiras. Segundo Macilon Siebra, coordenador do projeto, o resultado da queima do material gera emissões de gás com 60% a menos de particulados - pequenas partículas sólidas no gás - que o limite estabelecido. Importante também é o controle de emissão dos gases como CO2 (gás carbônico), SO2 (dióxido de enxofre) e NOx (óxidos de nitrogênio), alcançando de 20% a 30% menos de gases nocivos em comparação ao limite permitido.
Além da casca de castanha de caju, a Vicunha usa como complemento descartes das serrarias de madeira da região, e lascas de bambu. Apesar de serem aproveitados em menor quantidade que o resíduo da fruta seca, esses materiais colaboram durante a entressafra da produção do caju.
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