Indústria brasileira de castanha em Ghana

Depois de alcançar um crescimento de cerca de 24% nas exportações em 2009, mesmo com a crise econômica mundial, a indústria de processamento da castanha de caju do Ceará planeja uma expansão além fronteiras. Em 2010, o projeto de empresários cearenses é instalar uma indústria e um escritório em Gana, aproveitando a produção de 800 toneladas de países do oeste africano. O presidente da Câmara Setorial do Caju e do Sindicato da Indústria de Beneficiamento da Castanha de Caju do Ceará (Sindicaju), Lúcio Carneiro, afirma que a indústria brasileira tem capacidade para exportar até US$ 400 milhões mas não o faz por falta de matéria-prima. "O investimento é para implantar uma indústria de pequeno porte mas com equipamentos de última geração para produzir, gerar empregos lá e os empresários cearenses importariam matéria prima que seria limpa por nós mesmos", explica, lembrando que o Brasil só produz 350 mil toneladas mas tem capacidade para beneficiar 420 mil toneladas.
O negócio foi proposto pelo embaixador do Brasil em Gana, Luiz Fernando Serra, que participou de almoço na cobertura da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec) no último mês de dezembro com empresários cearenses. Na ocasião, ele falou sobre a possibilidade da instalação em Acra, capital de Gana, de empresas do Ceará que atuarão na industrialização de amêndoas africanas para o mercado mundial. "Acho que o Ceará, pela proximidade, poderia contribuir muito com a economia africana", afirmou Serra, destacando que Gana importa mais do Brasil que parceiros tradicionais, como a Dinamarca e a Bulgária.
Segundo Carneiro a instalação da planta industrial ainda depende do acerto de alguns pontos como incentivos (redução de impostos) e de infraestrutura que estão sendo estudados pelo Ministério do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) e a Embaixada.
Adianta que neste mês haverá a visita ao Brasil da segunda missão com a presença do vice-presidente da República de Gana. "Em seguida três empresários cearenses vão apresentar um projeto", comenta, considerando que o que se vai fazer é ampliar os negócios ampliando a participação das empresas brasileiras fora do País. (Fonte: Jornal O Povo, Fortaleza)

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