A capacidade de processamento de castanha de caju em Moçambique atingirá 60 mil toneladas em dez anos, de acordo com o jornal Notícias, de Maputo. O jornal assinala que mesmo assim a capacidade ficará aquém das 75 mil toneladas/ano que Moçambique detinha quando do colapso da indústria de caju nos finais da década de 90. De uma média de 90 mil toneladas anuais de castanha produzidas, Moçambique processa apenas entre 25 mil e 30 mil toneladas por ano, sendo o remanescente exportado in natura para outros países. Fonte do Instituto de Fomento do Caju (Incaju) disse ao jornal que nos últimos anos tem havido cada vez maior interesse de investidores, nacionais e estrangeiros, na instalação de indústrias para o processamento interno da castanha. Baseando-se em estudos realizados recentemente, a fonte afastou a possibilidade do país voltar a optar pela estratégia das grandes unidades fabris que existiam antes do colapso desta indústria, considerando que apesar da vantagem de gerarem economias de escala elas têm a desvantagem do ponto de vista de estrutura e custos fixos que são bastante elevados.“Alguns dos nossos concorrentes, como, por exemplo, a Índia, têm a vantagem de não terem mega-fábricas. A castanha é processada ao nível das famílias e só vai à fábrica para os acabamentos e, por isso, consegue-se contornar esses custos fixos”, afirmou Santos Frijon, do Departamento da Economia do Incaju. Frisou ainda que esta é a estratégia que Moçambique tem divulgado, de modo a se apostar em unidades pequenas e de média dimensões. Indicou ainda que com a opção em pequenas unidades, o país conseguiu passar de uma capacidade de processamento interna de três mil toneladas, no ano 2000, para cerca as 30 mil toneladas atuais. Do ponto de vista de postos de emprego, a fonte indicou que as pequenas e médias unidades atualmente em funcionamento empregam cerca de seis mil pessoas, número quase igual ao que era empregada pelas unidades de grande dimensão agora falidas. Movimentando mais de um milhão de famílias, algumas das quais tendo na castanha a única fonte de rendimento, a cajucultura, apesar da baixa expressão a nível mundial, apresenta-se como um dos setores estratégicos para a economia de Moçambique.
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