Menos de 20% do LCC, um subproduto da indústria do caju, são utilizados na fabricação de tintas e lubrificantes. Sua aplicação potencial na nanotecnologia abre uma nova janela de oportunidade para os produtores do caju. As nanopartículas, assim denominadas em razão do tamanho extremamente pequeno, constituem a base de uma nova revolução tecnológica em andamento. O nanofluido magnético - uma solução coloidal que contém nanopartículas magnéticas - tem aplicações médicas tais como a “entrega” de drogas no tecido alvo. Combinado com determinados metais, os ácidos anacárdicos formam metais complexos solúveis em solventes orgânicos como o pentano e o tolueno.
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Hamburguer com fibra de caju?
Universitários descobriram que produto, de alto valor nutritivo, tem custo menor que o de soja
Foto: Divulgação/Usp
O bagaço de caju, descartado pelas indústrias, é a principal matéria-prima de um hambúrguer rico
O bagaço de caju, descartado pelas indústrias, é a principal matéria-prima de um hambúrguer rico em fibras criado por alunos da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA) da USP, em Pirassununga. O produto, de alto valor nutritivo, tem custo de produção menor que os hambúrgueres do tipo light produzidos com proteína de soja.
O estudante Rubem Fernando dos Anjos, um dos participantes do projeto, conta que a idéia de aproveitar a fibra de caju surgiu em um trabalho da disciplina de Planejamento e Projetos, na FZEA. "Embora a castanha da fruta seja exportada para o exterior e a polpa aproveitada nas indústrias, a fibra é descartada no processamento", explica. "No Nordeste brasileiro, onde há grandes cultivos de caju, as fibras só servem para a produção artesanal de doces ou como ração animal".
O processo de produção é semelhante ao dos hambúrgueres comuns. "Após serem descartadas, as fibras devem ser imediatamente resfriadas e preparadas para uso por meio de um processo chamado branqueamento", relata Rubem."No branqueamento, o bagaço é cozido em água por alguns minutos para eliminar odores e microorganismos e impedir a ação das enzimas presentes na fruta, para evitar que provoquem oxidação e escurecimento das fibras".
A receita de hambúrguer desenvolvida na FZEA utiliza no mínimo 60% de fibra de caju, além de queijo, proteína de soja isolada, condimentos e água. "O branqueamento também retira o sabor e os odores fortes do caju", conclui o pesquisador.
Produção
Rubem aponta que uma das vantagens do produto é o baixo custo de produção. "A matéria-prima é um resíduo das indústrias de polpa e suco de caju, muitas vezes entregue por estas empresas sem custo algum", afirma. "Desse modo, seria possível oferecer o hambúrguer aos consumidores por preços menores do que outros produtos light, como por exemplo a carne de soja".
Os pesquisadores da FZEA realizam testes para aprimorar o sabor e o teor de fibras do hambúrguer de caju. "Também será comprovado seu valor nutricional", diz Rubem. "O alto teor de fibras pode melhorar o funcionamento do intestino e dificultar a assimilação de gorduras e toxinas, além de contribuir para o aproveitamento de nutrientes pelo corpo".
O alunos criaram o projeto de uma empresa, a "Cajubrás", para viabilizar parcerias que assegurem a continuidade das pesquisas e também tornem possível a industrialização do produto. "A região mais interessante para a produção do hambúrguer seria o Nordeste, onde se encontra a maioria das indústrias que descartam o bagaço do caju".
A pesquisa com o hamburguer de caju também teve a participação dos alunos Fernando Hypolito, Luís Antonio Thomaz de Godoy Filho, e Rodolfo Maldonado Compoy dos Santos, além da colaboração das professoras da FZEA Alessandra Lopes de Oliveira e Vivian Lara dos Santos Silva. Maiores informações sobre o projeto podem ser encontradas no site http://br.geocities.com/cajubras/.