Qualquer semelhança...

Os moçambicanos cultivam cajueiros em solos arenosos do litoral desde o século 19. Exporta-se castanha de caju desde o início do século 20 e quando a II Guerra Mundial encerrou o tráfego marítimo para a Índia, surgiu a indústria local de processamento. Apóps a guerra, construiu-se um elevado número de fábricas de processamento de castanha para exportação. Essas indústrias utilizavam a tecnologia de descasque por impacto e empregavam uma mão-de-obra predominantemente feminina. Em 1972 a produção atingiu o seu ponto mais alto com a comercialização de 216 mil toneladas, sendo então Moçambique o maior exportador mundial. Após a independência do país, em 1975, os níveis de produção não se mostraram sustentáveis por muitas razões, entre as quais a guerra e migrações populacionais, políticas estatais inconsistentes, baixos preços pagos ao produtor, frágeis redes de comercialização, secas cíclicas, envelhecimento dos pomares (60-70% com mais de 25 anos), pragas e doenças, assim como queimadas descontroladas. Excetuando-se a guerra, o roteiro dessa história assemelha-se bastante a que estamos assistindo presentemente no Brasil.

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